por Flávio Santos

O ladrão  não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para tenham vida, e a tenham com abundância. Jo 10.10

João escreveu seu evangelho, principalmente, para os cristãos gentios e judeus que viviam na cidade de Éfeso e região, com o propósito de confirmá-los na palavra que haviam recebido e crido e, também, para todos os crentes de todas as épocas da Igreja.

Uma das características do Evangelho de João é apresentar Jesus como o Divino Filho de Deus, para que se creia Nele e tenha a vida eterna. Em harmonia com isso, este é o evangelho dos sete “EU SOU”: Eu sou o pão da vida Jo 6.35; Eu sou a luz do mundo Jo 8.12; Eu Sou a Porta Jo 10.9; Eu Sou o Bom Pastor Jo 10.11; Eu sou a ressurreição e a vida Jo 11.25; Eu sou o caminho, e a verdade e a vida Jo 14.6; Eu sou a videira Jo 15.5.  Neste momento de seu ministério Jesus se apresenta como: Eu Sou a Porta e Eu Sou o Bom Pastor.

Jesus, então, propõe uma parábola e se apresenta principalmente como o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, é claro que também Jesus se apresenta como a Porta, mas, esta expressão é secundária, e serve para explicar toda esta passagem, e está subordinada à ideia principal – Jesus como o Bom Pastor que veio para dar vida com abundância para suas ovelhas.

Em princípio, a parábola não foi entendida pelas pessoas que a ouviam, mas logo em seguida, Jesus explica e amplia o significado desta parábola, para que todos pudessem entendê-lo.

A ênfase de João é apresentar Jesus como o Bom Pastor que dá vida com abundância às suas ovelhas, em seu rebanho, ao contrário dos fariseus, ladrões e salteadores, que vieram para roubar, matar e destruir suas ovelhas.

Vida com Abundância é viver sem dar ouvidos àqueles que querem roubar, matar e destruir. Este tipo de pessoa não entra pela Porta/Jesus, mas tenta pular o muro para espoliar as ovelhas. O curral das ovelhas era sem cobertura num campo aberto, com um muro de pedras brutas e tinha uma porta pesada. Um ladrão que estivesse determinado a roubar as ovelhas teria que evitar a porta, pois estaria fechada e tinha que ser aberta pelo porteiro, tentaria então subir por outro lugar. Assim eram os ladrões fariseus dos tempos de Jesus, estavam tentando intimidar as ovelhas evitando a Porta, o Senhor Jesus.

As ovelhas não podem se interessar pelos argumentos dos ladrões. As verdadeiras ovelhas não seguem seus passos, antes, fogem deles e ignoram as suas palavras de destruição e morte. O único objetivo desses ladrões é acabar com a vida das ovelhas, roubando, matando e destruindo. Os fariseus ladrões estão à solta procurando ovelhas que dão ouvidos às suas falácias, seus argumentos de roubo, destruição e morte.

Vida com abundância é viver na Porta das ovelhas. Somente Jesus é o único meio para ter acesso a Ele mesmo, o Bom Pastor. Quando Jesus diz: Eu Sou a Porta, este Eu é enfático, isto é, somente Eu. Não existe outra porta, somente Ele dá acesso verdadeiro ao Bom Pastor. Somente as verdadeiras ovelhas entram e saem pela Porta, tendo salvação e pastagem. Salvação e pastagem é a vida abundante. O termo vida, não quer dizer somente vida eterna, mas também vida abençoada dada às suas ovelhas.

Vida com abundância é viver no rebanho do Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Somente o perfeito Pastor dá a sua vida em beneficio das ovelhas. Jesus mostra que daria a sua vida na cruz pelas suas ovelhas e elas receberiam a vida abundante. No rebanho, o Pastor conhece suas ovelhas, e é conhecido delas. Esse conhecimento é de comunhão amorosa. Os rebanhos na palestina, naquele tempo, eram guardados no que hoje seria um redil coletivo ou uma cooperativa, e as ovelhas ficavam todas misturadas. Entretanto todo pastor tinha um timbre de voz diferente e uma maneira peculiar de chamar suas ovelhas e, por isto, não havia a possibilidade de algumas delas não atender ao chamado do pastor.

Você conhece o timbre de voz do seu Pastor?

Jesus apresentou-se como o Bom Pastor que dá sua vida em beneficio de vida abundante às suas ovelhas.

Nós precisamos crer nesta verdade, e depender diariamente do Bom Pastor, como ovelhas que vivem na vida extraordinariamente abundante que Ele nos proporcionou.