Não existe outra personagem no Novo Testamento que tenha sofrido uma mudança tão radical quanto o apóstolo Paulo. 

Quando ainda usava seu nome hebreu Saulo, a imagem descrita acerca dele no livro de Atos é semelhante à de uma fera selvagem. Quando Lucas relata a ira que ele sentia contra os cristãos no versículo um do capitulo nove, "Saulo, porém, ainda respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor...", usa para "respirando" a mesma palavra usada para um animal que salta sobre a sua presa a fim de devorá-la, ou também usada para descrever um tipo de resfôlego animal, como um cão que rosna. 

Confirmando esta brutalidade inerente ao ainda perseguidor da igreja Saulo, vemos no texto acima, o agora perseguido Paulo, testemunhando perante o rei Agripa como esta selvageria foi domesticada. Nas palavras do próprio Jesus que o encontrou no caminho para Damasco, o apóstolo é comparado a um boi ainda não domado, quando o Cristo literalmente diz: "Dura coisa te é dar coices contra os aguilhões". Quando se prendia um boi jovem a um arado ou a um carro este se rebelava e tentava sair da canga. Se estivesse preso a um arado, o lavrador levava em sua mão um longo cajado com uma ponta aguçada chamado de aguilhão, de modo que cada vez que o boi chutasse, ele o feria no lombo com aquela ponta. Se fosse preso a um carro, entre este carro e o animal, era colocada uma barra com pontas de madeira de modo que se o animal coiceasse só machucava a si mesmo. 

Segundo Paulo, o próprio Jesus revelou como o domou. 

Foi o aguilhão do Evangelho, o ponteiro da graça, que quebrou a resistência do feroz Saulo, transformando-o em manso Paulo. Tudo feito no amor da cruz que cabe e veste bem um coração arrependido que outrora era rebelde e selvagem. 

APENAS o EVANGELHO amansa um selvagem e furioso pecador até transformá-lo em um sereno e humilde discípulo de Cristo. 

Soli Deo Glória!