SUA VOZ É SUBVERSIVA?

11:14Apenas Evangelho

Por Flávio Santos


Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Lucas 3.4


Ultimamente tenho gostado muito da palavra subversão. Esta palavra está relacionada àquilo que vem debaixo, que mexe nas bases, que faz revolução no que está posto, principalmente desestabilizando os conceitos e as formas. Subversão dá ideia de revolução. A ideia é virar as coisas de repente.

Também tenho gostado de pessoas subversivas, que têm marcado de alguma maneira a sua época.

No Novo Testamento, vários homens subverteram a ordem das coisas, principalmente Jesus, o maior de todos. Mas quero destacar aqui, alguém que preparou o caminho de Jesus, João Batista, o profeta subversivo. As suas roupas, sua comida, onde estava quando a palavra do Senhor veio a ele, e sua pregação, mostram como ele era diferente de todos os outros.

João Batista possuía uma voz subversiva que clamava no deserto e, somente, com este tipo de voz, poderia preparar o caminho para o Senhor.

A voz subversiva não serve à religiosidade e, sim, ao evangelho. A Religião de Israel nos tempos de Jesus estava desacreditada. Os líderes espirituais eram mais políticos do que pastores do povo. Estavam mais interessados no status, no dinheiro, do que na palavra do Senhor. João Batista surge neste cenário, preferindo o deserto a um lugar no templo servindo a religião. João Batista era filho de Zacarias e Isabel, ambos pertenciam à linhagem sacerdotal. Seu pai pertencia à ordem de Abias, uma das ordens mais importantes, que fazia parte das 4 divisões sacerdotais que serviam no Templo do Senhor à época de Cristo. João provavelmente seria o sucessor de seu pai, mas prefere renunciar a sua linhagem religiosa e servir ao evangelho no deserto.

A voz subversiva prepara o caminho do Senhor, anunciando a sua palavra. João recebeu a palavra do Senhor, por isso poderia pregá-la. Havia 400 anos que Deus não falava à nação de Israel. Este período é chamado silêncio profético, período interbíblico ou intertestamentário. A expressão “Veio a palavra do Senhor” é a mesma utilizada pelos profetas de Deus no AT. Isso significa que João estava na mesma categoria destes profetas. João recebeu a palavra do Senhor e foi autorizado a falar em nome de Deus. Pregava uma mensagem de arrependimento. Era a voz subversiva clamando no deserto, chamando as pessoas ao arrependimento para perdão de pecados, preparando o caminho do Senhor.

O simbolismo é derivado do mundo físico, uma prática dos Monarcas Orientais: Com frequência eram enviados arautos diante dos soberanos, a fim de ordenar o povo a melhorar as estradas antigas ou fazer novas estradas. João era este arauto subversivo que veio preparar o caminho para o Senhor.

A voz subversiva não quer a glória dos homens, apenas a humildade que aponta para Cristo. João Batista entendia com humildade que sua missão era apenas eco da grande voz salvadora e graciosa de Jesus. O povo estava em grande expectativa pensando que ele seria o Cristo. Mas João assume uma atitude de humildade. Os mestres palestinos não eram pagos, mas os alunos demonstravam seu apreço, com uma variedade de serviços, menos o de desatar as correias das sandálias. Um ditado Rabino diz: “Todo serviço que um escravo faz para seu Senhor, o discípulo faz para seu professor, menos desatar as correias das sandálias”. João seleciona exatamente este dever, que os rabinos consideravam por demais pequeno para um discípulo, como aquilo para que ele era indigno, uma atitude de humildade genuína.

A igreja precisa de profetas subversivos, pregadores subversivos, pastores subversivos, gente subversiva para preparar o caminho para o Senhor.

Venha para o deserto, e junte-se àquelas vozes subversivas que não se dobraram a estrutura evangélica adoecida e carente da graça de Deus, e querem preparar o caminho para o Senhor.

Apenas Subversão!!!




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