IRRESISTÍVEL GRAÇA.

10:46Apenas Evangelho

Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo, isso é problema vosso! Mateus 27:24



Então disse: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino. E Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Lucas 23:42-43





por Sandro VS

Cristo é a revelação final de Deus e isto não se discute. 

Em Jesus Cristo o amor de Deus pelo homem pecador se mostrou tão suficiente, incondicional e real que até o coração mais embrutecido pode ser vencido por Ele, pois a GRAÇA revelada neste amor é de fato irresistível, ou seja, salva sem dificuldade a quem quiser, de maneira que, assim como não existem ambientes propícios para que a salvação aconteça, também não existem lugares improváveis que a impeçam de acontecer, uma vez que todo o trabalho pertence a Deus. 

Assim, a questão está em como o homem confrontado por esta GRAÇA se percebe diante dela, isto é, o que ele vê em si mesmo quando olhando o seu reflexo Nela. 

Temos nestes textos dois exemplos disso. 

Primeiro existem quatro perguntas que Pôncio Pilatos fez a Jesus com a intenção de interrogá-lo para dar o seu veredicto, mas ele não percebeu que ao se encontrar com Jesus iniciou-se o seu próprio julgamento, por outro lado existem quatro respostas do ladrão da cruz que responderam a tudo, mesmo que nenhuma pergunta tenha sido feita por Jesus. 

Qual a acusação? (João 18:29-31) (Lucas 23:40-41) 

Quando Pilatos pergunta isto aos acusadores de Jesus logo se percebe que não está nem um pouco interessado na resposta, pois logo diz: "julguem-no vocês", ou seja, deixa claro que estava confortável com suas condições e que a condenação de alguém, mesmo sendo injusta, não lhe importava, mas de outra forma entendeu o ladrão da cruz ao lado, ou seja, "a razão da sua condenação sou eu". Esse homem foi salvo inteiramente pela GRAÇA. Não a merecia e não podia fazer mais coisa alguma para obtê-la por "supostos" méritos, de modo que a revelação da GRAÇA no Evangelho tem como reação primária o senso de culpa do homem, logo o homem é a flagrante acusação contra Jesus, assim a resposta para o governador romano a esta pergunta era ele mesmo, como entendeu o ladrão. 

Tu és o Rei dos judeus? (João 18:33-36) (Lucas 23: 42) 

O que moveu Pilatos a fazer esta pergunta foi ver seu trono ameaçado, por isso Jesus o indaga: perguntas por ti mesmo ou por informação alheia? Ou seja, "queres um Rei pra ti, ou a informação sobre quem sou?" e a réplica de Pilatos mostra que ainda seu pensamento estava no plano terreno, ou seja, "sou eu judeu? Foram os teus que me entregaram", já a tréplica de Jesus é esclarecedora, "meu reino não é daqui", assim o que o governador ainda não queria era ser tirado da posição de dono de si mesmo. Mas o condenado, que nunca teve um Senhor, pelo contrario, sempre fez a sua vontade sobre tudo e sobre os outros, vê este reino transcendental com a mesma realidade que a sua cruz e mesmo pagando o preço por ter sido, por uma vida inteira, dono de sua vontade depravada que o levou aquele lugar é possuído pela GRAÇA aponto de, enfim, desejar a libertação de si mesmo. O Evangelho propõe antes de um Salvador um Senhor, pois é só abandonando o próprio trono e sujeitando-se ao reino do amor divino que se salva da condenação do autoimpério. 

Que é a verdade? (João 18:37-38) (Lucas 23:43) 

Da própria boca do governante saiu à pergunta "Então, Tu és Rei?", aliás, ele parece não ter dúvidas disso, pois chama Jesus de Rei quatro vezes neste relato e por fim o escreve na placa que identifica o crime. Esta é a segunda das quatro perguntas sobre o reinado divino que Pilatos fez a qual Jesus respondeu "nasci e vim ao mundo para isso" e "todo que compreende esta verdade que testemunho ouve a minha voz" ao que Pilatos o interroga "que é a verdade?" e vira as costas, ou seja, havia interesse nele pela verdade? Mais uma vez o governador não se enxerga ao se ver refletido pela GRAÇA. Mas o condenado vê em Jesus a verdade que sempre buscara e então recebe a própria verdade como benefício, "em verdade te digo..." diz Jesus. A palavra paraíso é um termo persa que significa jardim murado. Quando um rei persa queria honrar de maneira especial a um de seus súditos o convidava para acompanhá-lo em um passeio pelo seu jardim particular, assim Jesus promete ao ladrão arrependido algo mais que a imortalidade, promete a ele o honroso posto de acompanhante pelo jardim nos átrios do céu. O Evangelho da GRAÇA anuncia a verdade absoluta, que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando o seus pecados", deparar com a verdade e não credita-la é virar as costas à salvação e andar rumo à condenação. 

A ironia é que o próprio Pilatos assina sua condenação. Tem um encontro com a fonte da salvação, mas ao invés de lavar nela o seu coração para tirar dele o peso de ser um acusador flagrante do Cristo, prefere lavar as mãos. 

Para o condenado, por mais que tenha pagado suas dívidas diante dos homens naquela cruz, ao ter seu coração invadido pela GRAÇA de Cristo, teve sua pena suspendida nos céus. Isto porque não viu em Jesus um colega de sentença, mas viu Nele a GRAÇA salvadora levando sentenças dos outros inclusive a sua. 

O primeiro recebeu a GRAÇA em seu palácio e a interrogou e, vendo apenas o óbvio, isto é, nela não existia crime algum, não se enxergou Nela e por isso lavou as mãos como quem diz "não vi em CRISTO crime algum, mas muito menos em mim!"

O segundo olhou para o terror da Cruz ao lado, no cume do monte caveira, e viu, na serenidade de uma GRAÇA irresistível, o seu reflexo. 

O que ele viu? 

A sua culpa pendurando o CRISTO, mas também sendo pendurada com Ele, por isso, tem o coração submergido na GRAÇA, possibilitando a ele assumir sua cruz para sair, sem mérito algum por isso, de alma limpa pela GRAÇA poderosa. 

É APENAS no EVANGELHO que vemos a fonte da GRAÇA jorrando, basta mergulhar o coração no que ela revela e não só lavar as mãos. 

Soli Deo Glória!

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