QUE AUTORIDADE É ESTA?

10:04Apenas Evangelho

E todos se assustaram e falavam entre si, perguntando uns aos outros: Que palavras é esta? Ele ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros, e eles saem.
Lucas 4:36















por Sandro VS


“Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”. Quem nunca ouviu ou recitou este ditado popular? 



Na maioria das vezes, este ditado é aplicado a alguém ou a alguma situação que aponta para uma autoridade máxima, isto é, quando alguém recebe uma ordem, temendo a posição do mandante, cumpre sem questionamentos. 

Neste texto, vemos a autoridade de Jesus sendo levada a sério, pois, suas palavras eram de alguém que dominava o assunto e suas lições eram como de quem não tinha dúvidas do que falava. 

A ideia de autoridade no contexto bíblico é peculiar. Restringe-se ao fato de que a ação não carece de respaldo de um terceiro, ou seja, suas interpretações não necessitavam de avaliação. A palavra grega para autoridade aponta tanto para INFLUÊNCIA quanto para DIREITO, assim quem ouvia Jesus ensinando logo se sentia cativado, e, quem o via ensinar perdia a coragem de contestá-lo. 

Esta passagem é especialmente interessante porque é a primeira vez, em Lucas, que encontramos uma pessoa possuída por um demônio. Não devemos presumir precipitadamente que, como inimigos de Deus, os demônios quiseram aqui contestar esta autoridade de Jesus, pois as palavras deste demônio mostram exatamente o contrário, isto é, ele sabia e conhecia muito bem a Soberana autoridade de Jesus, pois diz: “Sei quem Tu és: o Santo de Deus”. A estratégia infernal sempre foi precipitar a morte de Cristo para que Ele não fosse à cruz, pois sabiam que se este propósito fosse frustrado ainda teriam alguma chance contra o perdão de Deus aos homens, por isso, não poucas vezes, tentaram manifestá-lo ao povo antes da hora. 

Mas “o tiro saiu pela culatra”, pois a atitude demoníaca só relevou ainda mais a autoridade do Cristo. 

O exorcismo não era algo desconhecido nos tempos de Jesus, o comentarista William Barclay explica isto assim: 

“O Oriente estava cheio de pessoas que podiam exorcizar demônios. Mas seus métodos eram misteriosos e maravilhosos. Um exorcista punha um anel sob o nariz da pessoa afetada. Recitava longos feitiços; e de repente parecia que alguém mergulhava em uma vasilha com água que se tinha posto perto, e o demônio saía. Uma raiz mágica chamada BAARAS era muito eficiente. Quando um homem se aproximava dela, encolhia-se a não ser que a agarrasse. Isto significava a morte. De modo que se cavava a terra ao redor dela, atava-lhe um cão, o qual com seus puxões arrancava a raiz e quando o fazia, o cão morria, como substituto do homem”. Portanto não é de estranhar que as pessoas ficassem surpreendidas diante do poder de Jesus, pois a diferencia entre essas “mandingas” e o poder das palavras de Jesus era gritante. 

Outra questão era o fato de que Jesus não apelava para nenhum outro nome para fazer o que fazia. A maioria dos ensinos rabínicos baseava-se em citações como “certa vez” ou ainda “alguém disse”, isto é, apelavam sempre para alguma autoridade. Os profetas sempre começavam suas sentenças proféticas com “assim diz o Senhor”. Mas Jesus diz ao demônio: “Cala-te e sai dele”, demonstrando assim que sua autoridade provinha de si mesmo e que não precisava apelar para nenhuma citação ou nome alheio. 

Os homens que têm sede de autoridade, vivem atrás de descrições oficiais que denotem autoridade, por isso, ainda que vivam miseravelmente vazios, determinam e tomam posse de tudo e, por mais que convivam com eles, veem e expulsam demônios em todos os lugares. Mas APENAS no EVANGELHO encontramos a autoridade soberana que mesmo podendo tudo, decidiu poder sem violentar. Cristo mostrou que autoridade só existe uma, e que fé é o privilégio de entender que nada sai do seu controle. 

Soli Deo Glória!


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