Calma! 

Não estou pervertendo o texto com este título. 

Jesus está no templo, mais precisamente no átrio das mulheres, onde havia treze caixas para ofertas. Estas caixas eram conhecidas como “as Trombetas” e isto porque seu formato, que tinha boca estreita e uma base larga, lembrava este instrumento de sopro. Cada uma destas caixas recebia ofertas para a manutenção do Templo, como por exemplo, custear a lenha utilizada no sacrifício, manter o incenso do altar, conservar as vasilhas de ouro, entre outras ordens litúrgicas. 

Mas, algo chama a atenção do Cristo enquanto as pessoas ofertavam nestas caixas, uma mulher que Ele identifica como uma pobre viúva. Uma mulher, no contexto judaico da época, já não era valorizada mesmo tendo um marido ao seu lado, mas ficando viúva sua situação piorava, pois passava a ser vista como uma necessitada, aflita e, por isso, digna de pena. O que chama a atenção de Jesus nesta mulher não é a sua situação financeira miserável, mas, a sua abundante riqueza de coração diante de todos os abastados que davam grandes ofertas daquilo que sobrava dos seus bens. 

Ela deu a oferta mais insignificante que alguém poderia dar, deu aquilo que não compraria nem uma lasca de lenha para o sacrifício! 

Mas, segundo Jesus, ela deu a maior oferta, e o fez porque deu daquilo que, mesmo não significando nada, era tudo o que tinha. Enquanto os homens viam dignidade no que era dado como oferta, Jesus via miserabilidade no que ficava retido no coração. A viúva deu de sua pobreza a sua única riqueza, e isto porque deu da fartura do seu coração. 

A oferta verdadeira é aquela que flui do coração farto e não do bolso rechonchudo, é aquela que é dada porque o coração daquele que oferta não pode se conter, pois, enquanto muitos dão baseados nos cálculos do que podem dar sem que lhes custe muito, a verdadeira oferta doa o que lhe custa, simplesmente porque tira de onde não tem para dar. Assim, de sua pobreza esta viúva doou toda a sua riqueza. 

Quem vive APENAS o EVANGELHO doa a riqueza que pode vestir uma oferta pobre. 

Soli Deo Glória!