Mas o que vemos na nossa sociedade e até no meio daquilo que muitos chamam de Igreja é uma enorme falta de conhecimento acerca do livro que homenageiam, pois enquanto que para alguns a Bíblia é um livro místico de onde se podem tirar palavras de sorte para um dia, para outros não passa de fonte de renda. 

Jesus aqui aponta e enfrenta esta falta de conhecimento sobre aquilo que os judeus chamavam de escritura, a Lei. Eles citam o episodio em que Deus alimentou o povo com pães que brotavam do deserto quando o orvalho que cobria a terra se evaporava para exigir de Jesus um sinal semelhante. Jesus alega que aquele sinal não foi operado por Moisés como se ele tivesse dado pão ao povo, e que o verdadeiro sinal é o pão que Deus Pai deu ao mundo para que este possuísse vida. 

Toda esta explicação e aplicação de Jesus a este texto das escrituras causam nos seus ouvintes um desconforto, pois quando dizem que a palavra de Jesus era “dura”, o texto grego não expressa à concepção “difícil de entender”, mas sim o conceito “difícil de aceitar”. 

O que conheciam e como interpretavam as escrituras não condizia com a palavra de Jesus acerca da verdadeira interpretação dela, ou seja, Jesus é a palavra que as escrituras sempre insistiram em revelar. 

Por isto Jesus diz que o Espírito, ou o próprio Deus, é quem da à vida, e que a carne sem esta vida proveniente do Espírito, não passa de um cadáver inútil, e acrescenta que as suas palavras são o sopro que gera esta vida. 

Não quero parecer do contra, mas não vejo muita eficiência em termos um dia do calendário para homenagear a Bíblia se não a respirarmos todos os dias de nossas vidas, em prestarmos reverências a ela se não a termos como o fôlego que nos mantém vivos. Creio que a Palavra tal como Jesus falou deve transcender o Texto e o Livro, pois só assim ela cumprirá o propósito por ela estabelecido, gerar vida a todo aquele que a assume em fé. 

É APENAS no EVANGELHO que compreendemos que a Bíblia só é a palavra de Deus por que a contém, e só a contém por que a é. 

Soli Deo Glória!