Estudo

ESCADA ESPIRITUAL...

14:03Apenas Evangelho

por Flávio Santos

O primeiro bloco das bem-aventuranças, que são as quatro primeiras, apresenta uma escada espiritual em direção ao Senhor. O primeiro degrau é o dos “pobres de espírito", o segundo dos que "choram", o terceiro dos "mansos", e o quarto dos que têm "fome e sede de justiça". 

“Bem-aventurados” vem da palavra grega, ”Makáriói”, que significa felicidade que não está condicionada às coisas contrárias e não sofre variação. Jesus está dizendo aos seus ouvintes que a alegria proporcionada por Ele era divina e perfeita.

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Mateus 5.3

A humildade de espírito não é pobreza material e de autoestima ou, muito menos, ignorância sobre os assuntos espirituais. Mas, sim, não confiar em si mesmo, nos recursos próprios. É uma confiança total e dependente em Deus. O discípulo torna-se humilde de espírito quando reconhece que é pecador. 1Jo 1.8,9; Rm 3.23. E se arrepende do espírito orgulhoso e soberbo. Tg 4.10

John Stott, falando sobre o espírito pobre diz: "ser pobre de espírito é reconhecer a nossa falência espiritual diante de Deus, pois somos pecadores".

Os pobres em espírito recebem o Reino de Deus que é governo implantado por Jesus sobre todos os que se arrependem dos seus pecados e creem no Evangelho. Marcos 1.14-15. O Reino de Deus é uma realidade presente e futura. A expressão que mostra esta verdade é: “Já e ainda não”. Isto quer dizer que Reino de Deus “já” está entre os homens como uma dádiva de Deus. Mt 3.3. e “ainda não” porque não entramos nele perfeitamente, o que acontecerá na volta de Jesus. Mt 25.34

Ladd diz que "as bem-aventuranças manifestam tanto a salvação escatológica quanto a benção que pode ser desfrutada no presente". 

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Mateus 5.4

Jesus diz que precisamos chorar pela nossa condição espiritual. Isso acontece quando olhamos para a Santidade de Deus e percebemos que não estamos vivendo de acordo com a Sua vontade. O discípulo é bem-aventurado porque chora pelo pecado e sua recompensa, a morte: espiritual, física e eterna. Rm 6.23

Quando choramos porque nos reconhecemos pecadores, recebemos o consolo de Deus. O consolo é o perdão dos pecados pela obra da Cruz de Cruz. 2Co 5.19, o Espírito Santo para nos ajudar na santificação diária. Gl 5.16, e a salvação eterna. Tt 2.10.

Você chora, em arrependimento, quando comete algum pecado? 

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. Mateus 5.5

Os mansos são pessoas centradas, aquelas que não estão nas extremidades, mas no centro, que sabem viver sem vislumbres e a hora certa de dizer sim e não. São também pessoas humildes e gentis que possuem bom relacionamento com o próximo. 

A recompensa do manso é herdar a terra como herança. Os estudiosos acreditam que Jesus cita o salmo 37.11 nesta bem-aventurança: “Mas os humildes/mansos receberão a terra por herança e desfrutarão bem-estar”. Isto quer dizer que herdar a terra é desfrutar a segurança do Senhor, o Seu bem-estar e habitar na terra para sempre. 

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Mateus 5.6

A nossa justiça não tem valor diante de Deus, precisamos da justiça do Reino de Deus que apresenta três aspectos: o legal, o moral e o social.

1º. A justiça legal. É a que foi imputada a nós por Cristo. É o nosso relacionamento certo com Deus. Rm 5.1

2º. A justiça moral. É o do caráter justo que agrada a Deus. É uma conduta honrada diante de Deus e dos homens.

3º. A Justiça social. É a que afeta o próximo promovendo a justiça dos direitos civis e jurídicos e integridade nas relações humanas. 

Os discípulos devem pedir a Deus que envie fome e sede de justiça e comer tudo o que oferecido pelo Evangelho, não somente parte dele. Jesus atenderá os desejos daqueles que têm fome e sede espirituais.

Portanto, nessa escada espiritual, o discípulo deve subir degrau por degrau até a felicidade plena na presença de Deus. 

Vamos subir?

LADD, George Eldom. Teologia do Novo Testamento. São Paulo, Ed. Hagnos, 2003. p.103

STOTT, John R.W. Contra cultua Cristã – a Mensagem do Sermão do Monte. São Paulo, ABU Editora, 1981. p.28

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