Mensagem

CARTAS VIVAS QUE A LETRA NÃO PODE MATAR.

11:30Apenas Evangelho

Leiam II Cor. 3:1-6

"... porque a letra mata, mas o Espírito dá vida."



















por Sandro VS


Entre as igrejas que receberam cartas da parte do apóstolo Paulo, não houve uma que se mostrasse tão desequilibrada quanto a de Corinto. 


Os cristãos desta igreja viajavam de um extremo a outro em qualquer situação da vida, por exemplo, na primeira carta, Paulo os repreende por não assumirem uma postura diante do caso do filho que possuía a esposa do próprio pai, mostrando, assim, a condescendência desta igreja com o pecado de seus integrantes (I Cor. 5:1-2), mas, não muito depois disto, o apóstolo mostra como eles foram ao extremo no que diz respeito ao oposto disto, ou seja, nesta segunda carta ele tem que pedir para que perdoem e consolem um membro que, possivelmente, tinha hostilizado o apóstolo e lhe causado alguma tristeza por isso (II Cor. 2:5-11), portanto, lidar com os coríntios era como ter que andar sobre uma corda bamba, procurando sempre mantê-los no equilíbrio para não caírem nem para nenhum lado, nem para outro.

Pois bem, neste capítulo, vemos mais uma vez o apóstolo tendo que fazer este exercício.

Ele começa tendo que ressaltar que por perdoar o insultante e pedir com que façam o mesmo diante de Deus, não está se recomendando a eles como quem dá um bom testemunho de si mesmo, pois como já vimos, não seria de se assustar se os coríntios interpretassem assim suas palavras, mesmo porque, isto estava acontecendo entre eles, isto é, estavam seguindo alguns que, para exercer autoridade entre eles, traziam consigo cartas de recomendações.

Paulo apela então para a única carta de recomendação que ele trazia consigo, ou seja, os próprios coríntios, significando dizer que sua única testemunha é a mudança que se produziu na vida deles, que a conduta deles é a única recomendação que o apóstolo necessita. 

O comentarista Willian Barclay faz a seguinte citação:

"Muito tempo antes Platão havia dito que o bom professor não escreve sua mensagem com tinta que se apagaria, nem com palavras que não podem falar, antes encontra um discípulo e semeia a semente da mensagem no coração que a compreende, isto é, escreve sua mensagem nos homens. Isso é o que Jesus tinha feito. Escreveu sua mensagem sobre os coríntios, através de seu servo Paulo, não com tinta que pudesse apagar-se, mas com o Espírito, não sobre tábuas de pedra como foi escrita a lei pela primeira vez, mas sim sobre o coração dos homens".

Então, Paulo encerra salientando, mais uma vez, que não é ele quem opera tal equilíbrio, mas sim Deus, que capacita a todos no Espírito não só a agirem conforme sua vontade, mas também a ministrarem esta vontade revelada no novo pacto em Cristo.

Pois, na antiga aliança o que se observou foi exatamente a ineficiência humana em cumprir as exigências da Letra (Lei) exposta em um documento escrito, operando assim, a morte do homem, pois nenhum homem pôde cumpri-la em sua totalidade e, devido à sua natureza humana, fazê-lo era e é impossível. Portanto, sob a Letra (Lei) o homem não podia e não pode alcançar nada mais que condenação e morte. 

Mas, no Espírito, o homem ganha vida, pois, em Cristo, a Letra (Lei) serviu apenas como um degrau no caminho, e agora, na Graça revelada no Evangelho, não só é dito ao homem o que ele tem que fazer, mas também é dado a ele força para fazê-lo, isto é, em Cristo o mandamento traz consigo o poder.

É APENAS no EVANGELHO que ganhamos vida no Espírito, a ponto de nos transformarmos em cartas, manifestas em Cristo para conhecimento e leitura de todos, não escritas em tábuas de pedra, mas no coração de quem crê. 

Soli Deo Glória!

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