O QUE VOCÊ QUER QUE EU LHE FAÇA?

16:36Apenas Evangelho


por Flávio Santos

(Leia Marcos 10)

O Evangelho de Marcos é conhecido como o Evangelho da ação. Jesus está em constante movimento. As ações ministeriais de Jesus estão em evidência. Essas ações são divididas em três partes: Na Galiléia (Marcos 1.1-8.21), no caminho de Jerusalém (Marcos 8.22-10.52), e em Jerusalém (Marcos 11.1-16.8). 

No caminho de Jerusalém, Jesus revela aos seus discípulos que sofreria, morreria, mas ressuscitaria depois de três dias. Tiago e João, sabendo que Jesus seria glorificado, dizem que queriam que ele concedesse um pedido que fariam. Jesus pergunta: “— O que querem que eu lhes faça? ”. Eles queriam um lugar de honra na glória de Jesus. Um à direita e outro à esquerda. Eles queriam os primeiros lugares. Queriam autoridade. Queriam ser grandes. Jesus não atendeu ao pedido deles. Disse que eles deveriam ser servos. Ele mesmo veio para servir e dar a sua vida em regate de muitos. 

Ainda no caminho de Jerusalém, Jesus passa em Jericó e encontra um cego mendigo chamado Bartimeu. O cego chama Jesus pelo título messiânico: Filho de Davi, clamando misericórdia. Jesus pára, manda chamar o cego e pergunta: “— O que você quer que eu lhe faça?”. O cego diz que quer ver novamente. O mestre concede o pedido e cura o mendigo. Este é o último milagre de cura antes da crucificação. O cego mendigo passa a seguir a Jesus pelo caminho. 

No caminho de Jerusalém, Jesus faz a mesma pergunta para Tiago e João e para o Cego mendigo: “— O que querem que eu lhes faça?” e “O que você quer que eu lhe faça?”. As respostas mostram as condições desses homens. 

Os discípulos de Jesus enxergavam muito bem, mas não viam muita coisa. Eles enxergavam o poder e a glória do Reino, mas não viam o serviço que Jesus ensinou o tempo todo. Enxergavam os desejos mais orgulhosos do coração, mas não viam que eram pecadores carentes da obra da crucificação. Eles pedem lugares de honra na glória de Jesus em vez de pedir que a misericórdia os alcançasse e pudessem servir às pessoas. 

O cego mendigo não enxergava nada, mas viu tudo que precisava. Viu que Jesus era o Filho de Davi, o Messias libertador. A multidão enxergou Jesus, o Nazareno, ele viu o Ungido. O cego mendigo viu o que, de fato, precisava: cura física. Jesus vendo que ele viu o que precisava, concede a ele infinitamente mais do que pensou ou pediu, Jesus concede a ele a salvação. A misericórdia o alcançou naquele dia. 

No caminho da Nova Jerusalém, ouvimos a mesma pergunta de Jesus: “O que querem que eu lhes faça?”. Que possamos ter olhos para enxergar e ver. Que possamos pedir para sermos semelhantes a Jesus em serviço e misericórdia. Que possamos pedir o que, de fato, precisamos. Que possamos ver para além do que os olhos podem enxergar. 

Apenas no Evangelho, que os nossos olhos são abertos para ver o que somos e o que precisamos.

Talvez possa Querer Ler Também

0 comentários

Postagens Populares

Formulário de contato